Rodolpho Cardoso: uma jornada de nove anos rumo ao IRONMAN BRASIL
Você sabe quando voltará a fazer algo pela primeira vez? Bem, se a pergunta for para o corretor de imóveis Rodolpho Cardoso, de 34 anos, a resposta é desafiadora: ´´o IRONMAN Brasil, em 1o de junho“. Atleta da Sky Assessoria Esportiva no Rio de Janeiro, Rodolpho compartilhou com a gente um pouco da sua trajetória desde aqueles 5K no Circuito do Sol, em 2016, quando cruzou sua primeira linha de chegada. Confira!
Circuito do Sol, 2016
´´Sempre gostei muito de esporte, mas nunca pratiquei ou fiz nada além de jogar bola. Comecei com corridas quando servi ao exército e minha primeira corrida de rua foi 5K no Circuito do Sol, em 2016. Fui fazendo as provas de rua no Rio de Janeiro, como Circuito das Estações, Night Run… Fiz todas as distâncias, 10, 16 e 21K. Até que em 2019 fiz minha primeira maratona, que, sem treinar direito, foi um pesadelo. Mas terminei!
Conheci o triathlon ainda no exército com alguns colegas de trabalho já pelo nome de ironman e não fazia ideia do que era e nem que existiam outras distâncias. Mas lembro que assisti a um documentário no Youtube, terminei arrepiado e senti que eu queria fazer aquilo. Em 2019 fiz a inscrição no Ironman 70.3 do Rio, visando um dia conseguir fazer o IM Brasil. Mas não consegui treinar como gostaria por não encaixar a rotina de trabalho e família – um filho de 3 anos e trabalhando bem distante. Fui desclassificado na natação após sair da água com 1h20min e o tempo de corte era de 1h10min. Nessa prova chovia muito forte e o mar estava muito mexido. Muitos dizem que foi a pior prova de IM 70.3 no Rio, com muitas desistências.
Depois disso fiz algumas provas da Federação de Triathlon do Rio na distância Sprint (750m de natação, 20k de ciclismo e 5k de corrida0. Em 2022 fiquei em quarto lugar na minha categoria nos melhores do ano. Também fiz provas nas distâncias Standard (1,5k / 40k / 10k) e uma de Endurance (1,5k, 60k, 15k). Durante a pandemia e logo após fui treinando pouco também e percebi que precisava muito mais do triathlon do que imaginava, para minha saúde física e mental e voltei a buscar o objetivo de fazer o IM Brasil em 2025.
Pedal com os amigos da Sky
Na Sky conheci pessoas incríveis que tinham feito a prova e viraram amigos e inspiração. Após cada prova de triathlon é uma sensação maravilhosa de se sentir vivo, forte e saber que podemos fazer coisas dificeis. Assim, em 2023, completei finalmente o 70.3 no Rio. Fiz novamente em 2024, quando fiz também o 70.3 Aracaju, minha primeira prova de longa distância fora do Rio. Depois da prova no Rio de Janeiro, junto com a família e um grupo de amigos, decidi fazer a inscrição e começar a preparação para o IM Brasil 2025.
Sou casado, meu filho hoje tem oito anos e acredito que para fazer provas de ironman e longa distância é indispensável a participação e o apoio da família. Embora seja uma prova individual, não acredito que consiga fazer toda a preparação e cruzar a linha de chegada bem sem a família e os amigos. Minha esposa sempre me apoiou e em todas as minhas provas de 70.3 passou o dia lá em pé gritando junto com meu filho. Isso torna impossível parar de correr até acabar.
Mesmo na prova de 2019, em que eu fui desclassificado no mar, ela ficou lá com meu filho de colo, com guarda-chuva torcendo por mim. Eu cheguei a pedalar os 90km da prova sem saber que tinha sido desclassificado e ela estava lá apoiando.
IM 70.3 Aracaju
Conheci a Sky em março de 2018 com uma busca na internet. Comecei meus primeiros treinos de triathlon com alguns equipamentos emprestados do Nílson (a sapatilha que ele me deu foi reformada e uso até hoje). Minhas primeiras aulas de natação, aos 28 anos, também foram com ele. Mesmo em algumas provas faltando muito aos treinos, o Nilson sempre fez a parte dele em passar tudo que deveria ser feito e sempre acreditou em mim.
Depois da família, a Sky foi fundamental não só pra eu continuar buscando um dia fazer o IM Brasil como para me manter saudável física e mentalmente. São um grupo de pessoas incríveis que fazem parte do meu dia-a-dia e compartilham e vivem esse sonho comigo.
Ano passado eu mantive uma preparação para as provas de 70.3 do Rio e Aracaju, e esse ano efetivamente começamos os treinos para o IM Brasil. Tem sido muito cansativo, com semanas com mais de 15h de treinos. Algumas chegam a 20h juntando corrida, natação, ciclismo e fortalecimento. Antes da inscrição conversamos em família e tudo só tem sido possível por que nos dias mais cansativos evitamos algumas saídas. E sei que isso ainda vai ficar pior até junho. Mas ela vive esse sonho comigo e sei que vai ficar muito feliz em me ver cruzando aquela linha de chegada.
IM 70.3 Aracaju
Na Sky formamos um grupo de amigos que vai fazer a prova e isso também é fundamental. Treinamos juntos sempre que possível e nossas famílias também acabam se aproximando e deixando tudo um pouco mais leve. O apoio dos amigos nos treinos em dias que não quero treinar faz toda diferença.
Minha expectativa é terminar a prova com saúde, sem lesão e com minha família feliz após esses meses de preparação e sacrifício. Terminar a prova com a boa sensação de que fiz algo muito difícil e que sou forte e posso fazer muitas coisas na minha vida. Acredito que é uma prova que muda a nossa vida e digo isso por que em muitos momentos em que não me senti bem mentalmente, tenho certeza que o triathlon me ajudou. Conseguir manter a rotina de treinos sempre foi muito difícil pra mim e acredito que para qualquer pessoa, mas começar o dia após uma sessão de corrida, pedal ou natação me deixa pronto para qualquer dia difícil. Terminar essas provas, mesmo as de curta distância, faz você se sentir forte e acreditar que pode fazer coisas difíceis.
Com a família, no 70.3 Rio
O legado que a rotina de treinos e a prova deixam é de apoio da família, organização, autoconfiança, relação e reação aos imprevistos, afinal em 17h de prova muitas coisas podem sair fora do planejado, assim como em qualquer área da vida.´´