Adriana Fendt e A Muralha: ´Não cabe em mim! Transborda`
Depois de oito maratonas e uma ultra (as 6 Horas de Macaé), a engenheira química Adriana Fendt, 48 anos, tocou o sino. Sim, há quase um mês a corredora completou A Muralha UP and Down Marathon, fazendo o back to back, o que lhe deu direito a uma medalha especial e a tocar o sino na chegada. Para contar um pouco dessa história, Adriana voltou um pouco no tempo. Confira!
´´Minha história com A Muralha começou antes da pandemia. Conheci a prova em 2019, não lembro bem como – deve ter sido no Instagram. Sempre gostei de subidas – amo fazer a subida da Vista Chinesa/Mesa do Imperador! Mas não treinava com regularidade.
Em 2019, depois de completar o Desafio Cidade Maravilhosa da Maratona do Rio, decidi que era hora de encarar esse novo desafio! Me inscrevi, então, em 2019, para fazer a prova em 2020. Não preciso contar que o sonho de subir a serra de Penedo a Visconde de Mauá teve que ser adiado por dois longos anos.
No ano passado, qual não foi minha surpresa ao receber meu número de peito: 2019! Chorei baldes! Quero esse número eternamente comigo!
Logo que embarquei nesse sonho, minha parceira de treinos, Patricia Condorelli, resolveu se inscrever. Eu estava indo para a minha quinta maratona, mas seria a primeira dela. Cada uma tinha um treinador naquela época. E resolvemos buscar um treinador único para nós duas, pensando que faríamos o ciclo todo juntas. Minha personal me indiciou o Márcio Pierri, e assim conhecemos a MP Run.
Começamos a treinar com eles em fevereiro (2022) e nos apaixonamos pelas pessoas e pelo ambiente que encontramos! Os treinos coletivos fizeram toda a diferença na preparação! Passou rápido! E foi leve, apesar da intensidade de um treinamento para o desafio que havíamos proposto.
A jornada de treinos para a prova deste ano passou sem qualquer imprevisto. Cheguei muito confiante! Frio na barriga, sem dúvida! Mas segura de que tinha feito tudo que poderia e que faria meu melhor na prova.
A prova foi INCRÍVEL e é difícil explicar a sensação de cruzar a linha de chegada. Não há palavras que me permitam transmitir. É como uma explosão! É maior que eu. Não cabe em mim. Transborda!
Não sabia correr em descidas. Tive medo. Mas não me faltou CORAGEM. Encarei o medo. Treinei muito! ACREDITEI! E venci! Melhor que nos meus sonhos. Mais uma linha de chegada cruzada. Mais um sonho realizado. Meu BACK TO BACK! O sino!! Concluída a 9ª maratona da vida! Me sinto forte! Me sinto viva! E quero mais!
Tenho muita gente para agradecer. Não chegaria até aqui sem um monte de gente que me empurra na direção dos meus sonhos. Que me orienta, que me cuida, que me aguenta!
O Márcio é um treinador incrível, que se cerca de profissionais incríveis. E os atletas… são como família. Se tornaram amigos! Muito carinho e admiração entre todos nós. Sem falar nos treinos coletivos! Brinco que a estrutura dos treinos da MP é melhor que estrutura de prova! Eles cuidam de tudo e só nos preocupamos em correr. Para os treinos de uma maratona, que são longos, esse apoio já é incrível. Para treinar subida, no Alto da Boa Vista, torna-se necessário. Ainda mais, sendo mulher. Além de todo o suporte, a segurança. Sem eles, teria sido bem mais difícil.
Eu não sabia correr em descidas. Morria de medo e me machuquei algumas vezes tentando, antes de entrar na MP. Quem me ensinou a descer foi ele, observando minha postura e apontando o que deveria corrigir. E funcionou! Consegui, nessa prova tão desafiadora, meu segundo melhor tempo em maratonas!
Ainda tenho duas meias maratonas esse ano, mas, planejando 2024, vem coisa boa por aí! Será o ano que completo 50 anos, 10 deles correndo, 10ª maratona. Vai ser incrível!“