Jefferson Oishi e o Mundial de IM: ‘A jornada até aqui já valeu à pena!’
Jefferson Shindi Oishi, de 43 anos, formou-se em Nutrição em Curitiba, mas mora fora do Brasil há 13 anos. Ganhou a vaga como residente havaiano no Mundial de IM no 70.3 Havaí. Em Kona vai correr a distância ironman pela primeira vez. A vida na ilha não é moleza, embora a qualidade de vida possa fazer a diferença. Confira!
“Comecei tarde no triathlon. Só aprendi a nadar porque comecei a surfar e não sabia nadar muito bem. Via a equipe de triathlon treinando nas raias do lado e resolvi tentar também. Me inscrevi para o SESC Triathlon de Caiobá em 2000. Fiz a prova, mas depois disso fui morar fora do país e não tive mais contato com o triathlon. Até vir morar no Havaí.
Chegando no Havaí voltei a surfar e jogar vôlei na praia. Até ir assistir a uma etapa do Mundial de XTerra na ilha. Depois disso resolvi comprar novamente uma bike e voltar a treinar. Já fiz sete mundiais de XTerra aqui em Maui, que é atrás da minha casa.
Em Kona, farei um ironman pela primeira vez. Me classifiquei no IM 70.3 Havaí, em junho, como como residente havaiano. A jornada de treinos é sempre corrida, mas tudo faz parte. Conciliar trabalho e treinos não é fácil. O que ajuda muito é que aqui onde moro é fácil praticar o esporte e treinar. O tempo é sempre bom, assim como o acesso a estradas, piscina, mar e trilhas para correr. A desvantagem é que treino sempre sozinho. Aqui em Maui não tem muita gente que faz triathlon. Sou solteiro e meus pais moram no Brasil, então não tenho que ter tempo para a família.
Agora nos últimos meses minha mãe veio para cá. Isso me ajuda, por que ela deixa a casa sempre em dia e faz sempre a melhor comida, para quando chego do trabalho ou do treino. Ela vai comigo para Kona e vai ficar até o Mundial do XTerra, que também vou fazer.
Espero chegar nestas provas em minha melhor forma. Não tenho muita expectativa de tempo, já que será minha primeira prova na distância. Será mais um aprendizado e também a realização de um sonho. Se conseguir terminar em menos de 12h, para mim será excelente!
Mas, independentemente do resultado, a jornada até aqui já valeu à pena.
O triathlon me obriga a ter muita disciplina, organização e planejamento. São muitas horas de treino e como não vivo disso, tem que trabalhar normalmente. Mas levo a vida que gosto e não trocaria por outra.
Apesar de não trabalhar como nutricionista aqui nos EUA, meus conhecimentos de nutrição me ajudam muito. Não é à toa que dizem que a nutrição é a quarta modalidade do triathlon. Ainda mais em uma prova longa. É uma rotina cansativa, mas como eu disse, faço porque gosto. Posso estar sempre cansado, mas estou feliz! A maioria das pessoas acha que vivo no Havaí, surfando, treinando, bebendo água de coco na sombra de um coqueiro. Mas a realidade não é bem assim! Quem me dera! Kkkk”