Luciana Vieira e a Maratona do Rio: ‘Que dia inesquecível! Foi a realização de um sonho!’
Uma década não são 10 dias. Lá se vão 10 anos desde que a economista Luciana Vieira, de 34 anos, se aproximou das corridas de rua. Em 2008 ela trabalhava no Banco UBS Pactual, que começou a incentivar seus funcionários em algumas provas de rua, patrocinando as inscrições. Uma história que atingiu seu ápice – até aqui – na Maratona do Rio, quando Luciana sentiu o gostinho de correr os 42K.
A economista treina desde novembro de 2017 com a Beto Lundgren Coaching – BLC – e acredita que é preciso ter metas para manter-se motivada.
“É difícil dizer. Eu gosto muito de esporte, sempre fiz desde criança. Mas acho que ter metas para cada ano, ajuda a manter a motivação, ainda mais, quando você se vê alcançando cada uma delas”.
Luciana conta que sua percepção sobre a corrida mudou desde que chegou à BLC. Estar dentro de uma assessoria a fez perceber que o trabalho em equipe é essencial para o sucesso individual.
“Sempre treinei muito sozinha, mas fazer parte de uma assessoria esportiva me fez mudar a percepção sobre esportes considerados individuais. Você faz amigos que te puxam, conversam com você e trocam muita experiência. E também acham normal acordar às 5h da manhã num sábado para treinar. É demais! Mesmo nos dias de menos motivação, vai ter alguém falando ‘VAMOSSSSSSSS!’ Fica difícil matar treino assim”, garante Luciana.
Nesta jornada de 10 anos até sua primeira maratona, a atleta viu outras modalidades cruzarem seu caminho. O ciclismo foi um deles, que acabou sendo decisivo para que Luciana cruzasse a linha de chagada da Maratona do Rio.
“Corri algumas meias maratonas em 2009 e 2010, porém desde sempre sofri com síndrome do corredor, a ponto de desistir da corrida depois de algumas tentativas frustradas de correr algumas meias. Quando o volume de treino começava a subir, o joelho apitava. E não tinha fisioterapia que salvasse a ponto de me coloca na prova. Foi aí que comecei a pedalar, surgindo uma nova paixão no esporte”.
Em 2017, por conta da gravidez, Luciana deixou de pedalar na rua e passou a alternar aulas de spinning com corridas leves. Sem lesões, liberada pela médica, procurou o treinador Beto Lundgren para melhorar o ciclismo e perder o peso da gravidez. Ao mesmo tempo passou a ter aulas na Academia Proforma com o personal Leandro Serafim. Ali, mesmo sem saber, Luciana começava a correr em direção à Maratona do Rio.
“Consegui correr duas meias em 2018, a Rio City e a Meia do Rio, sem dores no joelho. Foi quando surgiu a vontade de correr a maratona. Sempre achei que jamais alcançaria os 42K, por uma limitação do corpo. Não era falta de vontade! Então o Beto e Leandro me apoiaram e compraram esse sonho comigo”
Em relação à corrida, Luciana diz que o objetivo já foi alcançado e agora já mira um outro desafio, no triathlon.
“Na corrida, por enquanto, cumpri meu objetivo. Mas no meio do ano passado, já com o objetivo da maratona na cabeça, juntei a natação, a corrida e a bike, que nunca deixei de praticar. Oficialmente comecei a treinar triathlon. Nosso próximo objetivo é o Ironman 70.3 do Rio, em setembro. O esporte é uma parte grande da minha vida, é uma verdadeira paixão! Sem ele, a disposição e ânimo caem muito!”, conta, Luciana, justificando tamanho empenho e motivação. A atleta também destaca o apoio da família, em especial do marido.
Com apoio da família, organização no trabalho e uma equipe de excelência, Luciana se sente pronta para encarar jornadas duas, mas inesquecíveis e recompensadoras com a que a levou à linha de chegada de sua primeira maratona. Algo que exigiu disciplina e um time em que ela confiou 100%.
“Foi emocionante! Como sempre sofri com a banda iliotibial, resolvi me prevenir o máximo que pude. Além do treinamento com o Beto e os treinamentos de força com o Leandro, procurei a Biocinética para testar a biomecânica da minha corrida. Lá descobrimos que eu tinha alguns problemas de cadência e com o tamanho da passada. Trabalhamos para corrigir logo depois. Além disso, eu já fazia massagem desportiva com a massoterapeuta Márcia Melo. Fui aconselhada a adicionar também a fisioterapia, foi quando a Juliana Favoretto se juntou, ao que já era um verdadeiro time”.
Mas se durante a preparação não tiver uma pitada de apreensão e de sofrimento não é maratona. Luciana seguiu todos os conselhos e orientações para evitar ao máximo o risco de lesões. Tudo ia bem até que as dores voltaram com tudo.
“Os treinamentos evoluíam de forma incrível e tudo parecia perfeito. Mas faltando um mês para a prova a banda voltou a incomodar a ponto de não conseguir correr mais de trinta minutos. Foi quando procurei o Dr. Sérgio Maurício, que, muito atencioso, cuidou da minha lesão e me fez acreditar que daria para completar a prova. Nesse último mês, fiz poucas corridas, leves, para testar o joelho e passei muitas horas no transport, aquele aparelho para correr sem impacto!”
Até que chegou o grande dia. Era 23 de junho e Luciana estava no Aterro do Flamengo para a sua primeira maratona.
“Comecei bem receosa de sentir uma dor que me impedisse de terminar os 42,195km, mas conforme foram passando os quilômetros fui ganhando confiança. Terminei a prova acelerando e muito bem! Que dia inesquecível! Foi a realização de um sonho!”