Elisa de Araujo: ‘cada plaquinha para mim é um orgulho!’
Atleta da Go Runners em João Pessoa-PB, a professora e administradora Elisa de Araujo Batista começou a correr em setembro de 2019. Começou a fazer a planos, evoluiu nas distâncias e já planejava voos maiores. Até que o tal coronavírus resolver dar as caras por aqui. Perto de completar 37 anos, Elisa adiou alguns sonhos e mudou seu planejamento. Só não mexeu com a vontade de seguir correndo. Confira!
“A corrida começou a fazer parte da minha vida quando conheci meu namorado. Ele corria e ia vê-lo correr! Com o tempo fiquei fascinada e sempre o acompanhava na largada e o esperava na chegada. E ele dizendo que queria minha companhia durante a corrida.
Ver tudo aquilo me fascinou, mas eu corria 100 metros e meu pulmão já saía pela boca. Ele dizia que eu conseguiria e eu não acreditava de forma alguma. Decidi começar bem devagar na academia e em pouco tempo já estava inscrita para a Meia do Sol, no ano passado em Natal-RN. Nesta primeira corrida, corremos juntos! Foi uma emoção indescritível a minha primeira chegada e de lá para cá não parei mais!
Nas primeiras corridas eu chegava exausta e com as técnicas e orientação da Go Runners, de que faço parte há quatro meses, já estou correndo 8k sem ficar exausta. Para mim é inacreditável que cheguei até aqui. Já planejo ir além…
A Go Runners tem sido essencial para que eu mantenha a motivação lá em cima. Além de me preparar tecnicamente e me dar mais autoconfiança, é uma equipe em que os alunos compartilham muito mais além da corrida. Recentemente tive um problema pessoal que a Go Runners me fez levantar a cabeça e seguir em frente, sem mesmo saber o que acontecia.
Antes do COVID-19, minha meta era correr os 10k no mês do meu aniversário, maio, na primeira Maratona de João Pessoa. Queria também chegar aos 15k até dezembro e daí em diante só melhorar o pace e continuar com a minha nova paixão, a corrida
Mas sempre há dificuldades! Na vida elas sempre vão existir, mas quando queremos algo, achamos tempo… Eu sou administradora de dia e à noite professora de Administração. Em dias de treino acordo às 4h da manhã e sigo a rotina até terminar a aula à noite. No início ficava exausta, mas meu corpo sente falta da corrida, minha mente sente falta da turma com que eu corro e por quem já tenho carinho. Ficar sem treinar? Só em último caso.
Até por que a corrida me faz sentir uma paixão que não tenho palavras para explicar. Cada conquista e progresso me dá mais motivação e crença em mim mesma. Não só pela corrida em si. Ela me faz acreditar que sou capaz além do que acredito. Quando o professor Léo me desafia com mais 1k e eu consigo, meus olhos enchem de lágrimas. Como agora, ao lembrar… Cada plaquinha para mim é um orgulho!”
Sou administradora da área de saúde e nestes dias de pandemia está uma loucura o meu trabalho. Mas não consigo ficar sem correr. Tenho trabalhado muito e chego em casa exausta de tal forma, que só quero minha cama. Mas só de pensar em não treinar eu fico louca. É como se fosse uma abstinência. Aí eu coloco o tênis e vou para a garagem. Corro só no cronômetro, sem GPS. A sensação de estar correndo é boa demais!
Recentemente o professor Léo puxou minhas orelhas e falou que se eu quisesse os 10k no meu aniversário eu teria que fazer uma prova apenas por mês. Então tive que abdicar de me inscrever para a prova da Rede Pharma, em março deste ano, por que preferi a corrida AntiCorrupção. Mas minha mãe, que nunca me perguntou sobre quais corridas eu iria e como se inscrevia, soube dos brindes do kit da Rede Pharma e me deu de presente a inscrição. Mas os brindes, lógico, eram dela! Era uma prova de 5k e meu treino era para ser os primeiros 8K. Então Léo falou ‘corre os 5k, pega a medalha e corre mais 3k’.
Mas fiquei com receio de virar uma Forrest Gump, (risos) e resolvi correr os 8K dentro da prova… fiquei com vergonha de retornar nos 4K porque as pessoas não saberiam que eu era 5k. Iriam achar que eu tinha desistido dos 10k e queimado a prova, mas a meta era mais importante. Quando completei, não acreditava! Fiz 8,25K e cheguei bem tranquila, quase nem estava cansada. A lágrima veio aos olhos quando ouvi o aplicativo me informar que eu havia feito os 8k. Eu não me preocupo com o tempo, com o pace… deixei minhas pernas me levarem e elas me encheram de orgulho.
Ah, ainda bem que a minha mãe queria os brindes, porque essa corrida foi a última antes das suspensões das corridas devido ao COVID19 ! Se eu não estivesse nela, seria o meu primeiro mês sem fazer uma prova. Mas assim será o mês de abril, o primeiro sem provas desde que comecei a correr. De lá pra cá foram 14 largadas e chegadas!”