Joyce das Flores e a Maratona do Rio: ‘o que me atrai são os percursos longos’

Joyce das Flores e a Maratona do Rio: ‘o que me atrai são os percursos longos’

6 de fevereiro de 2020 2 Por Paulo Prudente

No ano passado a farmacêutica sanitarista Joyce das Flores, 35 anos, foi às lágrimas na chegada da Maratona do Rio. Depois de correr a Meia no sábado, foi para o Aterro do Flamengo no domingo prestigiar os companheiros de assessoria, a MD Runners. Este ano espera ver os companheiros lado a lado, na chegada, em sua primeira maratona. Confira!

Quando e como começou a correr?

Comecei a correr sozinha, no final de 2017, para fugir do estresse do trabalho e salvar a saúde mental. Nessa época, alternava caminhadas e trotes sem orientação profissional. Corri por conta própria por uns três meses. Em março de 2018 uma amiga me apresentou o treinador Marcelo Duarte e a MD Runners. Entrei para a assessoria e a prática da corrida foi ganhando forma na minha rotina.

E quando bateu a vontade de correr uma maratona?

Ao longo desses dois anos, descobri que na corrida o que me atrai são os percursos longos. Eu gosto de distância! E 2019 foi o ano das meias maratonas. Essa é a minha distância favorita, até agora! Quando chegou a época da inscrição para a Maratona do Rio, decidi ter uma nova experiência, um novo desafio, uma nova rotina de treinos.

Precisou amadurecer a ideia ou logo decidiu que ia correr?

Acho que foi um percurso natural decidir pela maratona em 2020, considerando a minha evolução em 2019. Eu nunca imaginei que seria capaz de correr 21k na minha vida. Depois da Meia Maratona do Rio, fiz ainda mais duas provas nessa mesma distância. Foi uma conquista e tanto!

Além disso, assisti à chegada dos meus companheiros de equipe que fizeram a Maratona do Rio no ano passado. Foi uma emoção incrível, linda de ver! Certa vez eu li que “Assistir à chegada de uma maratona é resgatar a fé na humanidade”. E realmente é isso… Fui às lágrimas algumas vezes nesse dia. Quero viver a sensação da chegada dos 42k também. Então, quando finalizei as provas do ano passado, decidi que faria a maratona e meu treinador concordou.


Como foi sua evolução até aqui?

Quando comecei a correr, quase morri na minha primeira prova de 5k. Eu pesava 12kg a mais, meu corpo simplesmente não sabia transpirar e a corrida aconteceu em pleno verão pesado do Rio de Janeiro. Passei muito mal, inclusive. Com o tempo e ajuda da assessoria, as alternâncias entre caminhada e corrida foram diminuindo. Comecei a seguir e cumprir as rotinas de treino na planilha elaborada pelo treinador. Quando vi, já estava fazendo muito bem 5k e evoluindo para 10k. Em seguida, estava me preparando para minha primeira São Silvestre. Fechei 2018, feliz da vida, com meus primeiros 15k e já entrei 2019 me preparando para minha primeira meia maratona.

Eu não sei explicar com detalhes como essa evolução aconteceu. A corrida de rua me fascinou, me identifiquei com a prática e as pessoas com as quais compartilho os momentos de treino e prova. Simplesmente deixei fluir… Foi acontecendo!

 

O que espera desta jornada de treinos?

Conhecendo minha assessoria e relembrando a preparação para minha primeira meia maratona, imagino que os treinos sejam mais difíceis que a maratona em si. Os treinos sempre acontecem em lugares bem variados pela cidade… A gente acaba conhecendo rampas, ladeiras, escadas e mais escadas que nunca na vida imaginaria ter acesso, se não fossem os treinos. São longos e bem duros. Desde já me preparando psicologicamente para os treinos… (risos)!

Ansiedade é um problema pra você?

Sim!!!! No dia anterior da minha primeira meia maratona, não consegui dormir direito. Só de pensar na maratona, já sinto frio na barriga!! Realmente bate o nervosismo. Tento me acalmar fazendo meu plano durante a corrida: o que eu vou comer no dia anterior; em que momento vou tomar o gel; verifico as paradas de água; que pace vou manter em cada km… Pensar nessas questões desvia minha atenção da ansiedade.


Psicologicamente, o que é mais difícil: controlar a vontade de treinar muito, em excesso, ou a ‘preguiça’, que pode bater de vez em quando?

Controlar a vontade de treinar! Quando eu vejo na planilha “folga”, o cérebro não entende muito bem… (risos) Já tentei negociar com meu treinador, mas ele diz “Esteira não é asfalto; Asfalto não é areia; Folga não é corrida.”. 

Às vezes, acontecem uns treinos clandestinos, mas não adianta… Eu sempre me entrego, levo bronca. “A planilha é sua bíblia.”, ele diz. E tem razão!!! Respeito o trabalho do meu treinador e me mantenho disciplinada, na maior parte do tempo! (risos)

Qual a importância da assessoria nesta jornada?

Meu treinador é muito dedicado e atencioso, sempre muito disposto e disponível nas orientações, em agregar o grupo por mais heterogêneo, em termos de performance, que seja.

Além disso, encontrar a equipe numa manhã de domingo é como um ritual sagrado. Após os treinos, ultimamente, nos acostumamos a tomar café da manhã juntos. Se esse encontro não acontece, sinto falta. É um momento agradável! Meus companheiros de corrida são pessoas incríveis, acolhedoras e me inspiram. Sempre oferecem muita força uns aos outros dentro e fora dos treinos. Sou muito grata a assessoria por oferecer esse ambiente. Além da técnica e prática de corrida, temos a oportunidade de levar pessoas para vida inteira… E levo mesmo!