Marcos Calcic: ‘Tudo é possível após se completar um Ironman!’

Marcos Calcic: ‘Tudo é possível após se completar um Ironman!’

6 de outubro de 2018 1 Por Paulo Prudente

Pode-se dizer que o engenheiro Marcos Calcic, de 34 anos, chega a Kona, para o Mundial de IM, com sangue nos olhos. Atleta da NavasTri, de São Caetano do Sul-SP, Calcic correu apenas uma prova de ironman até hoje. Acha pouco? Mas essa prova foi exatamente o IM Brasil, este ano, em que foi o 2º melhor amador geral, melhor amador brasileiro e campeão na categoria 30-34 anos. Performance que lhe rendeu a vaga no Mundial.

A personalidade competitiva faz com que Marcos Calcic chegue no Havaí pensando em beliscar um lugar no pódio. Você duvida? Confira!

“Comecei a praticar esporte ainda bem novo. Meus pais me colocaram na natação e no futebol, mas a primeira paixão veio com o tênis, que joguei por mais de 15 anos, inclusive torneios da federação. Como sempre fui muito competitivo, quando senti que não conseguia manter o mesmo ritmo, meu nível começou a cair demais. Então comecei a correr para tentar melhorar o condicionamento físico e minha esposa nos inscreveu em uma prova de 10K! Peguei e gosto e comecei a correr toda semana, fazendo provas mais longas.

Por incentivo da minha esposa também comecei a pedalar e me apaixonei. Foram diversas provas de montanha e endurance, até unir as três modalidades e chegar no triathlon. Comecei com provas mais curtas, mas me encontrei mesmo em provas mais longas!

Ainda muito duro, eu fiz o IM70.3 no Rio de Janeiro em setembro de 2017 e me classifiquei para o Mundial também. Com isso, comecei a acreditar que era possível algo maior, que seria ganhar uma vaga no Mundial de Kona, o ápice do esporte.

Então, após o 70.2 do Rio não parei de treinar, inclusive no período de festas de fim de ano. Sem dia de descanso sequer. Até o Ironman Brasil, em maio de 2018, em Florianópolis.

A jornada é muito dura e durante a semana treinamos em torno de 10 horas. Alguns dias treinos duplos de manhã e à noite. Nos finais de semana, chegamos a treinar até 10 horas entre sábado e domingo! No pico de treinos, chegamos a mais de 20 horas semanais.

Esse é o maior desafio, acordar cedo, treinar, trabalhar, voltar pra casa, treinar, jantar, dar atenção à esposa e dormir cedo pra aguentar o dia seguinte de treinos.

Espero chegar no dia da prova em Kona no melhor de minha forma. Treinei da melhor forma possível, sem lesões e sem ficar doente, o que é muito comum. Mas devido ao grande acúmulo de treinos, as últimas semanas não atingimos grande performance e só vamos saber mesmo da nossa forma no dia da prova, após alguns dias de descanso.

Minha expectativa é fazer o melhor que posso, sem imprevistos e poder ter a certeza que entreguei tudo de mim. Se puder ficar entre os primeiros e quem sabe conseguir um troféu seria algo muito grandioso!

O triathlon é um estilo de vida, desde a rotina diária. Mas também envolve alimentação, bons hábitos, muita disciplina, foco… Apesar do cansaço dos treinos, a sensação é sempre muito boa, de dever cumprido e de que tudo darei um jeito de resolver.

Tudo é possível após se completar um Ironman!”