Paula Heiss: “depois de tanto treino indoor, será ainda mais prazeroso pedalar e correr ao ar livre!”

Paula Heiss: “depois de tanto treino indoor, será ainda mais prazeroso pedalar e correr ao ar livre!”

6 de abril de 2020 1 Por Paulo Prudente

A analista de projetos de inovação Paula Heiss, de 26 anos, começou a praticar triathlon em 2019. Filiada à federação paulista, ela teve que ajustar seus treinos e seus planos para 2020 por conta da pandemia do coronavírus. Nada que a desanime ou diminua o seu entusiasmo pela modalidade. Confira!

“Pratiquei ginástica rítmica durante toda minha infância e parte da adolescência no Paraná. Pela soma de alguns motivos acabei deixando a modalidade aos 13 anos. Mas, após treinar por quase dez anos, cinco horas por dia, seis vezes na semana, é difícil permanecer longe do esporte. Aos 18 anos vim a São Paulo fazer faculdade e entre o 2º e o 3º ano fui apresentada às corridas de rua por um colega de trabalho. Foram alguns anos correndo sem grandes intenções, mas feliz por ter encontrado um esporte que me completasse. No final de 2018 entrei em uma assessoria e meu professor me lançou a ideia do triathlon. Como uma amante de desafios e sedenta por ter um esporte novamente em minha vida, topei e em 2019 começamos a missão.

Precisei aprender a pedalar e a nadar. Tinha pouquíssima experiência em ambos, nunca havia pedalado speed, usado sapatilha e somava poucos meses de aulas de natação em toda minha vida.  Aos poucos vou subindo degraus, melhorando a técnica na natação, tornando-me amiga da água e aprendendo a fazer força no pedal. Neste período de pouco mais de um ano, já evolui muito nas três modalidades, mas o caminho pela frente ainda é enorme. Tenho muita técnica a aprender, experiência a adquirir e principalmente muitos erros a corrigir.

E sempre precisamos ter algo que vá nos marcando, não é?! Claro que as conquistas tendem a se tornar maiores e as antigas começarão a ser pequenas, mas sempre precisamos nos inspirar em nós! Acho que até o momento a que mais me marcou foi minha prova de estreia. Tinha cerca de três meses de treinos apenas e me machuquei fora dos treinos cerca de um mês antes. Foram duas semanas parada e mais duas semanas de recuperação… Mas mesmo assim minha estreia foi com um 3º lugar na categoria no sprint do Triday Rio 2019. Algo que me deixou muito feliz.

Antes das dificuldades impostas pelo coronavírus minha rotina era bem agitada.  De segunda a quinta, treino antes e após o trabalho, sempre carregando quilos de coisas para todo lado, para dar conta! Acordo geralmente às 5h da manhã e tem dias que o último treino termina perto das 22h. Às sextas me dou o luxo de um treino mais leve pela manhã apenas e nos finais de semana aproveito as horas extras disponíveis para os longões e para tirar o atraso no sono.

Sempre há dificuldades para conciliar treinos, família e trabalho. Diria que em 2019 não consegui conciliar as coisas, por que somando-se aos treinos e ao trabalho, havia uma pós-graduação em andamento. Foi bastante complicado e o mais difícil era cumprir toda a agenda de treinos. Em 2020 eu mudei algumas estratégias e tudo vinha funcionando muito melhor! Minha família costuma falar que meu noivo começou a treinar comigo para ver se consegue passar um tempo a mais junto, afinal, triatleta nunca fica em casa! (risos) Precisarei replanejar todas as provas do ano, mas tudo bem, a saúde de todos em primeiro lugar! Se tudo der certo, teremos um segundo semestre bastante agitado. Estou torcendo!

Quanto ao condicionamento, me preocupo bastante com a natação. É de longe o que mais preciso evoluir e é a modalidade esporte mais afetada pelo problema atual. Tenho substituído os horários de natação por exercícios voltados a ela, mas sei que depois terei muito o que recuperar! Na corrida, na bike e no fortalecimento, permaneço com a mesma rotina, porém, na esteira, no rolo e em uma academia caseira improvisada. Tenho dito que, depois de tanto treino indoor, será ainda mais prazeroso pedalar e correr ao ar livre!

Eu treino com a Target e nós estamos iniciando os trabalhos com o triathlon, o que é muito legal! Como estou entre os primeiros alunos na assessoria, tenho muito contato com o professor e consigo passar todas as minhas percepções de treinos para que possamos desenvolver um trabalho cada vez melhor! E tem a melhor parte, o projeto social chamado Target Tri, voltado a crianças de baixa renda. Consigo ajudar financeiramente e ainda acompanhá-las nos treinos de sábado. É fantástico! E com esse momento conturbado, a assessoria é essencial para que me mantenha focada, adaptando os treinos. Com certeza a Target será ainda mais essencial no futuro próximo para voltar com tudo as provas.

O triathlon muda a vida de qualquer um que ousar se envolver com ele. Ele é cruel e não deixa ninguém passar ileso! Eu precisei passar a ser muito resiliente e meu estilo de vida se tornou ainda mais saudável, afinal, logo após qualquer refeição ou taça de vinho tem um treino. Minha rotina se moldou de acordo com a exigência dos treinos, o que antes eu não costumava fazer. Eram os treinos que se adaptavam à minha rotina. “