Pedro Henrique Vianna, da BLC, é uma das muitas histórias por trás do IM 70.3 Rio

Pedro Henrique Vianna, da BLC, é uma das muitas histórias por trás do IM 70.3 Rio

20 de setembro de 2019 1 Por Paulo Prudente

Domingo é dia de IM 70.3 Rio. Muitas histórias alinhadas para uma das provas mais esperadas do ano no Rio de Janeiro. Especialmente entre os atletas amadores. E o empresário Pedro Henrique Vianna, 35 anos, também tem a sua para contar. Casado e com um filho de três anos, Pedro é atleta da Beto Lundgren Coaching e mantém com alguma dificuldade, mas também com força de vontade e disciplina, a sua rotina de treinos. Algumas lesões e um grande susto o deixaram mais forte ao longo do tempo.  Confira!

“Minha vida sempre foi ligada ao esporte, desde pequeno. Com quatro ou cinco anos eu já praticava tênis com regularidade. Era federado e competia com a raquete de madeira do meu pai. Dediquei boa parte da minha infância a isso, até com 13 anos tive que fazer uma cirurgia no tornozelo esquerdo, por conta de uma deformação numa cartilagem entre dois ossos. Foi uma recuperação lenta e quando voltei, já com 15 anos, não consegui mais competir em igualdade de condições com os colegas deram continuidade aos treinos. Isso foi um divisor de águas.

Mas, além do tênis, fiz natação, judô, futebol.. Acho que o esporte tem um papel essencial no crescimento do ser humano, educativo mesmo e na formação do caráter. Promove a disciplina e a amizade. Acho que isso sempre vai fazer parte da minha vida. Consegui fazer com que o esporte também entrasse na rotina da minha esposa e hoje temos certeza de que ele também fará parte da vida de nosso filho. Temos total certeza da relevância disso, sem contar a saúde, que é o mais importante.

Voltei a jogar, mas sem competir muito e ainda na época de escola comecei a andar muito de MTB. Aí foi o meu start no ciclismo lá pelos 14 e 15 anos. Até que depois de muito tempo acabei deixando um pouco de lado. Andei de patins, skate. De tudo um pouco, até surfei quando um pouco mais velho.

Depois de muito tempo, já casado e com uma rotina de trabalho intensa, eu estava deixando o esporte meio de lado e resolvi voltar a praticar algo que gostasse, até por que vai chegando uma certa idade em que as coisas vão ficando mais difíceis. Então resolvi voltar a jogar tênis. Tinha certeza de que seria fácil e que não demandaria muito esforço. Joguei por uns dois anos de novo, duas ou três vezes por semana. Depois diminui um pouco.

Até que depois de uma conversa com uns amigos da minha esposa, resolvi voltar pedalar. Pedalei alguns meses com a minha MTB até que em abril de 2017 resolvi comprar uma speed. E passei a incorporar novamente o ciclismo em minha rotina. Me animei e encaixei uma frequência boa. Até que em agosto daquele ano, com muito volume e muita força nos treinos, machuquei o joelho e tive que dar uma parada.

Nesta mesma época, conversando com amigos, entre eles um que já treinado com o Beto Lundgren, surgiu a história de fazer um meio ironman. Eu já havia corrido duas meias maratonas quando mais jovem, mas nunca dei muita atenção à corrida por que sempre fui magro e achava que ia emagrecer ainda mais. Não tinha conhecimento de corrida e também não tinha uma nutrição adequada. Mas eu sempre gostei de ver aqueles atletas correndo o ironman e mesmo com o joelho ainda machucado entrei no site e me inscrevi para o Rio 70.3, que seria quase um ano depois, em setembro de 2018.

Inscrição feita, o próximo passo era escolher um treinador para aquele novo desafio. Depois de conversar com várias pessoas, entrei em contato com os treinadores que me foram indicados e o primeiro contato com o Beto foi bem legal. Conversamos muito pelo telefone, ele quis entender a minha lesão e eu decidi que era ele profissional que eu procurava. Nunca havia me imaginado fazendo uma prova como o IM, especialmente por causa da natação, apesar de não ter qualquer medo do mar. Combinamos então que quando estivesse curado da lesão ia procurar a BLC para começar os treinos de triathlon.

Mas como o joelho só incomodava na hora de pedalar, resolvi começar a correr de forma independente, sem prescrição profissional.  Quando o joelho estava mais forte e me senti pronto para pedalar, ligue para o Beto, em janeiro de 2018. Eu já tinha todos os equipamentos necessários, só faltava a planilha. O Beto me enviou e logo nos primeiros treinos, seguindo um modelo de frequência cardíaca, o Garmin começou a enviar variáveis esquisitas. Frequência alta e arritmia. Falei com o Beto e passamos a observar. Um dia não apontava qualquer alteração, no outro apontava duas vezes. Conversamos e ele sugeriu tirar do pulso e usar fita. Continuou. Até que um dia, em meu primeiro treino de subida da Vista Chinesa, com a frequência controlada e sem fazer tanta força o Garmin disparou. Cheguei em casa assustado e fui ao hospital fazer um eletrocardiograma, que não deu qualquer alteração. Depois procurei o meu médico e expliquei que aquilo estava cada vez mais frequente. Ele me encaminhou para um cardiologista do esporte.

Procurei o médico do esporte, fiz a ergoespirometria e no fim ele me tranquilizou. Por sorte, no fim do exame ocorreu a arritmia. Terminei o teste fazendo o esforço máximo e no finalzinho da recuperação detectou-se a arritmia. Na hora o médico ele viu que ela era benigna e que eu poderia ficar tranquilo. Fui encaminhado a outro especialista para ver o melhor caminho para controlar. Ele recomendou um procedimento chamado ablação por cateter. Simples e muito comum. Diversos atletas já realizaram. Era essa opção, que resolveria o meu problema e me deixaria zerado, ou passar o resto da vida tomando um remédio inibidor de arritmia. Em meados de abril de 2018 eu fiz o procedimento.

Ainda antes do procedimento o Beto, muito preocupado e bem profissional, pediu para falar com o meu médico antes de seguirmos. Mas mesmo com tudo ok, ainda levei um tempo para dar o meu máximo em cada treino. Estava assustado e com o psicológico um pouco abalado. Afinal, não é confortável você estar correndo e ver seu coração atingir a frequência de 220 bpm.

Então eu segui treinando bem até fazer o procedimento, em abril de 2018. Depois veio a recuperação, que foi super-rápida e a única limitação era a ferida pela entrada do cateter. O coração em si estava resolvido. E desde então não tive mais qualquer problema em relação a isso. Tenho uma vida normal, treino normalmente. Ne preciso fazer acompanhamento, apenas aquele check-up anual que todo mundo deve fazer, especialmente os que já passaram dos 30 e praticam atividade esportiva.

Depois do procedimento eu entrei de férias e só voltei a treinar mesmo em maio e apesar de já ter um histórico de treinamento, cheguei no 70.3, em setembro, sem uma periodização ideal. Mas foi uma experiência boa. Consegui completar bem, dentro do meu objetivo principal, que era fazer abaixo de 6h. Honestamente eu não tinha dúvidas de que eu iria conseguir, salvo haver alguma intercorrência. Tinha condicionamento para isso e fiz em 5h50min.

Hoje o que diferencia o triathlon na minha vida em termos de esporte é que sempre fui extremamente competitivo. Não gostava de perder nem par ou ímpar. Mas, obviamente, com a maturidade alguns dos nossos conceitos vão mudando em nossa vida. Hoje eu vejo que o desafio e a minha competitividade são muito maiores comigo mesmo, mas dentro do que eu entendo que seja razoável de alcançar. Tenho meus objetivos e minhas metas atingíveis, mas eu sei das minhas limitações. Trabalho no mercado financeiro e minha rotina nem sempre é fácil e nem sempre é difícil.  E tem a rotina com a minha esposa, que também corre. Sei até onde eu consigo ir e tem fases que eu entro em uma rotina muito boa de treinos e tem fases que os treinos caem muito. A distância entre dois pontos para mim nunca é uma linha reta. Até hoje eu penso em chegar numa prova com uma periodização muito bem feita, sem lesões… para chegar num nível elevado de condicionamento!

Um exemplo foi o 70.3 de Florianópolis, para o qual eu vinha em um bom nível de treinos. Mas aí fui para Berlim, que já estava marcado, meio doente. Corri e até me recuperar, caiu muito meu volume de treinos e acabei parta a prova sem confiança. Mais uma vez fui para uma prova no intuito de completar, por que o que eu queria mesmo fazer eu já sabia que não era possível. A preocupação nessa prova era em como eu ia chegar na corrida.

Em relação aos treinos, a natação é o que menos gosto e o que menos treino. O Beto puxa a orelha o tempo inteiro. Meu objetivo é não perder tanto tempo.  O que mais curto é a bike, onde mais me divirto! E a corrida eu aprendi a gostar, por incrível que pareça. Nos rankings das modalidades, nas provas, eu sempre fico mais bem classificado na corrida do que na bike. Em Floripa eu estava muito preocupado com a corrida por que o volume de treino havia caído muito. Então segurei no pedal para ter perna nos 21K. Dei sorte por que choveu e a temperatura baixou. Isso sempre me ajuda e acabei fazendo em 5h29. Dentro do que eu queria.

Depois que comecei a praticar triathlon, incorporei-o na minha rotina e faço o melhor que posso. Apesar de ficar um pouco chateado quando não consigo cumprir a planilha, não fico me lamentando. Faço triathlon por que gosto. Não sou profissional e ele não paga as minhas contas. É por diversão e por que é bom para a cabeça e para a saúde. Então quando estou bem e posso vou lá e cumpro o treino. Não costumo matar por preguiça. Claro que é difícil conciliar com o trabalho, com o filho pequeno, com a esposa que também trabalha e viaja… Mas dá para fazer! Vejo alguns amigos sedentários que inventam desculpas e se sabotam o tempo inteiro dizendo que não dá. Mas é uma questão de querer e ter força de vontade. Eles me perguntam como eu consigo acordar às 3h da madrugada para pedalar no Aterro e eu digo que só preciso ir dormir cedo. É só acostumar o corpo a isso. O ser humano tem esta capacidade, de se adaptar. Eu sei que é bom chegar em casa depois de um dia de trabalho e sentar na frente da tv para tomar uma cervejinha. Mas se no dia seguinte eu vou treinar eu preciso otimizar o tempo disponível que eu tenho. Preciso ser eficiente. Acho que quando você é solteiro, não tem filho, só trabalha ou só estuda e tem mais tempo disponível, você é menos eficiente. São muitas distrações. Quando se tem menos tempo, como eu, tende-se a ser mais eficiente e no fim dá para encaixar tudo na rotina.

Assim tem sido até aqui e honestamente eu não sei o que posso conseguir domingo no 70.3 Rio. Mas sinceramente espero fazer abaixo de 5h30min. Tentar baixar uns 10 minutos em relação à prova de Florianópolis. Boa parte disso na natação, em que tem uma margem grande para reduzir tempo. Mas também fazer um pedal um pouco mais rápido e uma corrida um pouco melhor. Assim talvez eu consiga chegar nas 5h20min. Tenho como meta fazer um 70.3 sub 5h. É difícil, mas se eu encaixar uma boa rotina de treinos… É o meu desafio pessoal.  Penso também em fazer um full Ironman, mas é um grande desafio, com um volume de treinos que ainda é um problema para mim. Não é impossível, mas não é a hora! Por enquanto sigo fica nas provas de 70.3, que são gostosas de fazer. Não são curtas, mas não são extenuantes. É possível fazê-las bem com uma rotina razoável, sem que seja preciso deixar de viver, ficar longe da família, baixar o rendimento no trabalho… É preciso dedicação, mas é uma prova que permite algumas brechas no treinamento por qualquer motivo.

E a BLC, através do Beto, preenche tudo o que eu precisava para me preparar bem para estes desafios. Tanto na parte técnica quanto de comprometimento, de dedicação… Ele me ajuda a me preparar dentro do que eu posso fazer. Faz com que o caminho para que eu atinja meus objetivos seja mais curto. Sem contar que o Beto, além de muito competente, é uma pessoa do bem. E isso é imprescindível para mim. E a BLC faz com que eu não me veja treinando, para qualquer prova que seja, sem o auxílio de um profissional. E estar dentro de uma assessoria em que há outras pessoas que vivem o mesmo esporte e que têm objetivos similares ao seus te dá um pouco mais de gás e de motivação.”